quarta-feira, 30 de setembro de 2015

O que há para não gostar no Outono?




Sim, o que há para não gostar no Outono, quando nesta altura se voltam a abrir as janelas de par em par, pois o ar exterior já não vem sufocar a casa com calor e a brisa entra leve e fresca, arejando os cantos e enchendo de luz os recantos? Quando um passeio pelo campo nos enche o regaço de flores e frutos para encantar e ainda nos enche os pulmões de vigor? Quando tudo isto nos predispõe a novas mudanças e limpezas, renovando o pó à nossa volta :), dando assim a impressão de um lugar novo? Adoro!

domingo, 27 de setembro de 2015

Quando a esperança cansa, a fé carrega-me ao colo



Um bom Domingo e um excelente início de semana a todos, cheio de esperança e de fé!


sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Aprovisionamento para o Inverno







O ar cheira a uvas maduras e a adegas cheias de mosto e o fresco das manhãs e das tardes já lembram a estação que começou e a seguinte, que se aproxima. Há que começar a preparar os dias frios, tal como faz a formiguinha. A arrecadação cheia de lenha para a lareira e o meu saco cheio de novelos de lã para dois projectos em mente, são o meu conforto e a minha certeza de que o Inverno está garantido com aconchego e serenidade. E isso enche o meu coração de alegria.
Vou fazer mais uma mantinha. A primeira foi feita em quadrados, esta será feita em tirinhas de várias cores escolhidas aleatoriamente. Ponderámos se iria obedecer a algum esquema de cores temático, mas no fim, a decisão foi investir novamente em cores, muitas cores, todas as cores desta marca, que são lindas e variadas. 
Já sinto borboletas na barriga só de pensar nos serões bons que aí vêm :)...

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Vindima










Neste primeiro dia do Outono, nada como dar-lhe as boas vindas com uma boa vindima!
Ai como eu adoro esta época do ano, em que o sol já encurta os dias e o interior da casa nos chama mais cedo para dentro. A luz do sol é mais límpida, enaltecendo todos os contornos e evidenciando os matizes da natureza. É inevitável, chega esta altura do ano e eu pareço renascer. A semana passada foi a semana da vindima para o "patrão" para quem trabalhei. Patrão, que é como quem diz, com patrões assim, ninguém precisa de andar a trabalhar com sacrifício!
Vizinhos da cunhada, não me conheciam de lado nenhum, mas receberam-me como se eu fosse da casa. Ela, mais doente, ficou em casa a fazer o almoço para o rancho. Ele, com uma genica incrível, trabalhava com energia e animava a malta. Sempre bem disposto, fartava-se de dizer que se não quiséssemos comer uvas, cantássemos, porque enquanto cantávamos não comíamos, pois então! E também se fartava de gabar que, apesar da idade, 75 anos, não sentia dores nenhumas. Ah valente! E aproximando-se a hora do almoço, só nos chamava e incitava a deixar o trabalho. O almoço, um belo repasto campestre, servido na garagem/adega/sala/etc., numa mesa bem à portuguesa, foi um banquete. Sopa de feijão bem grossa, salada, batatas com carne grelhada, vinho, fruta, bolo e café. E sem pressas e com muita conversa. A hora de voltar ao trabalho fazia-se serena, sem pressas, com os próprios trabalhadores a quererem ir ao serviço. Lindo! 
As uvas foram cortadas, escolhidas, conversadas, gargalhadas, foram animadas, pagas e tudo isto com um "eu quero tratar-vos bem, porque para o ano quero-vos cá outra vez!" Isso é que é falar! 
Foram dois dias bem animados, em que trabalhar foi um verdadeiro prazer.


segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Mãos (e olhos) ocupadas, mente ocupada :) V













As mãos e todo o corpo, diga-se, têm andado bem ocupadas nos mais diversos trabalhos. Mas a verdade é que, se dou o máximo enquanto trabalho, quando paro, procuro aquietar-me o mais possível, fazer as coisas com calma e lentamente. Mais do que nunca sinto isto. É uma necessidade de desacelerar como se com isso estivesse a ir de encontro àquilo que procuro e me define e me dá sentido para viver. Chega a ser estranho, porque sempre fui meio stressada e ansiosa e a querer tudo para ontem. Talvez seja a idade. Mas então é uma idade boa, esta. Porque só diminuindo o passo consigo aperceber-me melhor do momento presente, ter consciência do que ele significa e conhecer melhor o significado de certas coisas, para além de que isso me permite ter prazer naquilo que faço.
Assim, estar sentada à porta da Flor assume o significado de um momento solene, enquanto olho para o céu em agradecimento antes de esboçar planos e anseios num caderno oferecido com amizade. Assume outro significado também executar tarefas novas e para as quais pensava não ter a mínima aptidão, bem como apanhar legumes na horta e a seguir ir fazer um almoço delicioso para os amigos no meio da natureza. Assume outro significado fazer limpezas em casa e poder depois descansar no sofá que ia para o lixo, perto da Flor, já com a mantinha da avó nas pernas, porque as tardes se vão fazendo frias. E enquanto se descansa do descanso, é de toda a importância passear pelo meio da natureza e aperceber da aproximação do Outono e preparar já o recanto dos passarinhos, proporcionando-lhes um bom poiso para se alimentarem nos meses que aí vêm e em que a abundância não é tanta. De facto, ocupar as mãos com algo produtivo, mexe com a nossa criatividade, que melhora a nossa auto estima conforme vamos conseguindo progressos, que nos permite um maior auto conhecimento e assim nos vamos construindo na direcção da pacificação e resolução.
Todos estes momentos, vividos sem pressa, são de uma preciosidade incrível. E fazem com que, quando chegam aqueles menos bons, esses sejam enfrentados com mais serenidade. Sem dúvida, vale bem a pena desacelerar!


sábado, 19 de setembro de 2015

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Desolação













As fotos não fazem jus à realidade. Nem me preocupei com o efeito estético da coisa. Não tive energia nem ânimo. Afinal, depois de tanto empenho e investimento, ver parte da nossa produção devastada pelos javalis, produziu um impacto imediato devastador. Dou graças a Deus por ter a capacidade de me recompor rapidamente na maior parte das situações. E depois de registar a terra lavrada pelos focinhos fortes, as espigas do nosso milho ainda por acabar de criar roídas, parte do nosso milheiral deitado ao chão, as couves retiradas da terra, o feijão completamente devastado e as pegadas deixadas por alguns, hora de recolher os estragos para dar de comer aos animais. Nunca tínhamos tido a visita de tão ilustres criaturas, foi uma surpresa, bem desagradável por sinal. 
Mas pronto, refeita da desolação, o momento é para apreciar o que de bom ainda resta. Ainda não sabemos como vamos gerir este acontecimento e qual o impacto dele a médio prazo, mas da minha parte agarro o positivo e saboreio os morangos que, contra todas as probabilidades, continuam em força e mais saborosos que nunca; colho os tomates cereja que não param de amadurecer, bem como as beringelas e as curgetes; delicio-me a tocar e a cheirar a nossa alfazema, apenas lamentando não termos mais quantidade; observo o poiso que está a ser construído à volta do nosso carvalho para descanso do pessoal de trabalho (nós:)) e dou graças a Deus pela luz do sol que se põe e se filtra por entre as folhas das nossas árvores.
Em tudo, tudo, há sempre algo pelo que ser grato...

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

domingo, 6 de setembro de 2015

Pickles de tomate cereja



Não sei até quando, mas o tomate cereja continua a dar sem parar. Estou de boca aberta diante das possibilidades de uma pequena fila de pés de tomate cereja, fantástico. 
Para quem plantou e não lhe dá vazão, aqui vai uma receita para os aproveitar. Ainda não provei os meus, uma vez que são necessárias várias semanas até poder abrir o fraco, mas estou ansiosa, mal posso esperar! 

Necessários:
1 kg de tomate cereja
12 folhas de manjericão

Para o vinagre doce:
2 l de vinagre de maçã
150 ml de sumo de maçã

Saco de especiarias:
1 colher de sopa de pimenta em grão
1 colher de sobremesa de pimenta da jamaica
1 colher de sopa de cravinho
1 colher de sementes de coentros
1 pau de canela

1 - Com uma musseline juntar todas as especiarias em forma de trouxa.
2 - Numa panela, colocar o vinagre e o sumo de maçã e levar ao lume médio, retirando toda a espuma branca que se vai formando.
3 - Adicionar o saco das especiarias e deixar cozer durante 15 minutos.
4 - Retirar o saco e encher garrafas esterilizadas.
5 - Com espetos de madeira, fazer furos no tomate, lavar as folhas de manjericão e secar com papel absorvente de cozinha.
6 - Colocar o tomate em frascos esterilizados e adicionar as folhas de manjericão.
7 - Deitar no frasco o vinagre doce, até que cubra o tomate.
8 - Com cuidado e com os espetos, mexer de forma a que o tomate não fique com bolhas de ar. Vedar bem os frascos e guardar num local fresco e arejado.
9 - Podem ser servidos ao fim de seis semanas, mas ficam melhor com o tempo.

Bom apetite!

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Mãos ocupadas, mente ocupada :) IV





Sem dúvida, as flores trazem felicidade. Trazer cores e formas para dentro de casa e dar-lhes visibilidade dentro de um recipiente é qualquer coisa de belo. E, a mim, leva-me lá atrás, aos anos dourados da idade tenra, em que as preocupações pouco mais eram que obter boas notas nos testes. Hoje faço-me lembrar a minha mãe quando, todos os fins de semana, vínhamos da aldeia e ela trazia um braçado de flores para compor nas jarras cá de casa, as duas que faziam vista na mesa da sala e na mesa da cozinha. Ela adorava flores e a todas dava destaque. Na altura eu não dava a devida importância a esse gesto, mas guardo o conforto que me dava sentar na mesa redonda da cozinha a estudar, a ler, a escrever ou a fazer outra coisa qualquer, e ela no lava-loiça de mármore a cortar caules, arrancar folhas, tirar espinhos, encher a jarra de água e demorar-se a fazer a composição que já vinha na sua cabeça. Era assim, invariavelmente, todos os Domingos ao fim do dia ou à noite. Há qualquer coisa de reconfortante na rotina... E é assim que, enquanto se fazem coisas com as mãos, a mente se mantém ocupada com coisas igualmente boas, construindo na alma doces momentos que servem de terapia e nos pacificam com o menos bom do dia a dia.
Aqui, para além das flores do nosso mini jardim, fiz o aproveitamento de uma abóbora verrugosa da nossa colheita abundante. Cortei o topo para fazer a abertura, retirei o miolo com uma faca deixando apenas a casca, enfiei-lhe dentro um copo com água e, a partir daí, tem sido usar a imaginação com o que tenho à disposição. E hoje, embora não com a assiduidade da minha mãe, até porque ainda não tenho o jardim que ela tinha, sou eu a trazer o meu braçado de flores e a enfeitar a minha casa. Tudo se renova e é bom reinventar o que já foi criado.