domingo, 11 de maio de 2014

Água


Muito interessante pensar nas coisas da vida... Cresci com consciência ecológica. Lembro-me de fazer a separação do lixo na adolescência e de sensibilizar a minha mãe e os que me rodeavam para as questões da preservação do planeta. Considerações sobe a eficácia destas acções a nível global àparte, a verdade é que acredito que todos devemos fazer o nosso mehor no que ao ambiente que nos rodeia diz respeito. Porque vale a pena olhar para o lado e ver limpeza e saúde.


Desta vez, a minha consciência vai para a água. Quantas vezes ouvimos dizer que, nos nossos tempos modernos, muitas vezes não valorizamos o facto de ligarmos o interruptor da luz ou abrirmos a torneira da água. Ora aqui está uma questão que eu muitas vezes valorizo, valorizo ao ser grata por este aspecto prático da vida moderna e ao tentar não desperdiçar água através de tantas dicas que nos são dadas para o fazer. Mas a verdade é que mesmo assim há diferenças entre ter consciência desta questão e viver situações na prática que nos levam a interiorizar este facto.


Deparamo-nos agora com aquilo que já prevíamos mal viesse o tempo seco: a falta de água. O ribeiro secou logo, a nossa fonte de água também secou, apesar das estratégias para a armazenar. A verdade é que as plantas precisam de água para sobreviverem e nós estamos encarregues de dar continuidade àquilo que começámos. Até onde nos for possível. Por enquanto, tentamos saber onde há fontes de água pública que nos permitam encher os nossos recipientes e regar a nossa horta e jardim. Então é ir à bica na serra, ou à fonte na aldeia, encher os baldes, depois com eles encher os canecos que vão dentro do carro e depois os bidons que nos armazenam a água.


E em todo este processo, é interessante perceber o quanto valorizamos a água de uma forma diferente agora, apesar de nunca termos sido desperdiçadores nas nossas casas. Agora, cada gota é preciosa e cada gota é agradecida, até a chuva que cai é boa porque significa menos dependência das idas à fonte. Os cuidados que temos, ao descarregar, para não entornarmos nada, avisa-nos da consciência que temos do não desperdício e do valor que aquele bem tem para nós e para a nossa sobrevivência. E obriga-nos a um outro ritmo, um ritmo mais compassado, sem pressa, porque este ir e vir da fonte e para a fonte tira-nos horas ao dia, horas que poderiam ser aproveitadas no café, no computador, no trabalho, em saídas com os amigos, etc. Claro que tudo é preciso, mas este trabalho dá-nos a consciência da inutilidade do stress para obter e fazer coisas que muitas vezes não são necessárias, e dá-nos a capacidade para viver cada minuto e perceber que cada momento da vida é para ser vivido e apreciado da melhor maneira. E a melhor maneira é uma maneira descansada, pacíficada e entregue a quem cuida de nós e sabe o que precisamos, porque afinal também aos passarinhos e aos lírios do campo não falta nada!

4 comentários:

  1. Olá :) Também tenho a sorte de ter crescido com consciência ecológica e cá em casa também se faz reciclagem de tudo e poupa-se em tudo principalmente em agua que é um bem escasso!
    Também é verdade que mesmo que o valorizemos todos os dias, acho que ainda o fazemos mais quando vemos realmente as coisas a escassearem, é a essência do ser humano!
    um beijinho e boa semana, e continuação de boas idas à fonte :)

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    1. Pois é, Celine, a essência do ser humano é tramada :(. Beijinhos e boa semana!

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  2. Margarida, tenho estado ausente por motivos profissionais, mas amanhã já regresso ao blog! Como eu me identifico consigo na forma de pensar e encarar a vida!! Gosto muito de si, um abraço!
    Nota: Fiquei deliciada com o vosso baloiço!! Sabe que ao final da tarde, eu também gosto de me sentar no baloiço dos miúdos?!

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    1. As suas palavras são uma delícia, Manuela, obrigada. Também eu adoro sentar-me num baloiço! Mas este, infelizmente, não tem uma trave muito robusta para o meu peso - buááá!!! Mas não há problema - as distracções por ali são tantas que não lhe sinto assim tanto a falta. Beijinhos e bom fim de semana - já a estou a imaginar naquela mesa com aquela paisagem - suspiro...

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